sexta-feira, 30 de julho de 2010

A falha da Apple


“Nós não somos perfeitos”. Foi desta forma que Steve Jobs, presidente da Apple, assumiu a mea-culpa em relação às falhas de recepção de sinal no iPhone 4.

Conhecida como “iPhone Death Grip”, a falha provoca uma redução no nível do sinal do smartphone quando os usuários envolvem as laterais do aparelho (onde estão as antenas) com uma das mãos.

O iPhone é o smartphone que melhor alia funcionalidade e design e, por isso mesmo, é líder de mercado com 22% de preferência no segmento.

O problema com as antenas repercutiu de tal forma que a Consumer Reports, uma das associações de defesa do consumidor mais importantes dos Estados Unidos, recomendou aos usuários de tecnologia que não comprassem um iPhone 4.

O anúncio caiu como uma bomba. O valor das ações da Apple, que haviam superado as da Microsoft com o lançamento do iPad, despencaram. Steve Jobs resolveu se pronunciar.
A solução foi adotar capinhas, os chamados “bumpers”, que evitam o contato direto entre a lateral do aparelho e a mão de seu dono. Seria um band-aid tecnológico.

Mas Jobs foi além e disse que o problema é comum a todos os concorrentes. Cada um deles, Samsung, Nokia, HTC e RIM, respondeu à sua forma a acusação deselegante do dono da Apple.

“O iPhone 4 é o Windows Vista da Apple”, teria dito Kevin Turner, chefe de operações da Microsoft, comparando o aparelho com a fracassada versão do sistema operacional da Microsoft.

A história tomou contornos de dramalhão mexicano em pleno Vale do Silício.E só deve terminar com uma nova versão do iPhone, que deve chegar em 2011 para passar a borracha no iPhone 4.

Steve Jobs é humano. Steve Jobs erra. Porém Steve Jobs desenvolveu gadgets incríveis, como o iPod, o iPhone e o iPad. Melhor que isso, só se ele voltasse no tempo e reinventasse a bicicleta, melhor tradução da integração entre homem e máquina.

Read more...

Estricnina invade o Vira-Virou


Ele já foi uma das pocilgas mais famosas da região, com garotas acaloradas e cheias de celulites. Agora, o antigo puteiro Vira-Virou deu lugar a um novo clube encravado no coração da Augusta, o Aveesso, palco de estreia da noite Estricnina.

Apostando em uma combinação de pérolas roqueiras e pedradas dançantes, a festa vai de Rolling Stones à Lady Gaga, passando por LCD Soundsystem, Scissors Sisters, Michael Jackson, Phoenix, Nick Cave e Lily Allen.

Guilherme Tosetto, Vinicius Aguiari, Fernando Honesko e Marcus Vinicius Fraga comandam a discotecagem que não tem hora para acabar.

Venha e traga os amigos para conhecer de perto essa proposta que combina boa música, gente divertida e um ambiente carregado de histórias libidinosas.

ESTRICNINA
Quando: 31 de julho, às 23h30
Bar Aveesso
Rua Augusta, 901 (em frente ao Ecléticos)
Quanto: R$ 10
Cerveja: R$ 5 (lata)

Read more...

domingo, 11 de julho de 2010

Go, Shoshanna!

Read more...

sábado, 10 de julho de 2010

O rei da Boca do Lixo


Na década de 1950, quando as casas de prostituição eram permitidas, o mercado do sexo em São Paulo se concentrava nas ruas Itaboca e Aimóres, no bairro do Bom Retiro. Porém houve um bom prefeito que achou por bem pôr fim à Zona do Meretrício, e forçou as damas da noite a se aventurarem pelas ruas da cidade.

Proibidas de trabalharem na Zona (eis a provável origem do termo que designa as casas de prostituição), elas migraram para o bairro vizinho de Campos Elíseos, onde se espalharam pelas ruas e avenidas Timbiras, Duque de Caxias, Barão de Limeira, São João, General Osório, entre outras.

Ao mesmo tempo, um jovem de 21 anos, de corpo franzino e visual de professor universitário, era acusado de retalhar a navalhadas e assassinar o próprio pai. Esse era Hiroito de Moraes Joanides, autor e protagonista de “Boca do Lixo” (Labortexto Editorial, 2003).

Após ser inocentado da acusação (os culpados foram encontrados depois), Hiroito encontrara na vida boêmia e na companhia dos marginalizados o amparo que a sociedade o teria negado. Descrente de sua reinserção, o jovem de família abastada passa a fazer da malandragem, tornando-se o gerenciamento de prostíbulos, o tráfico e outros crimes o seu ganha pão.

Hiroito conquista respeito na Boca pela violência e inteligência que tratava suas relações. Porém se engana quem pensa Hiroito se tratar de um bandido sem princípios.

Em um de seus ataques de descontentamento em relação à degradação moral da marginalidade, cada vez mais violenta devido ao vício em anfetaminas, Hiroito saía às ruas aplicando surras e despachando desta para a melhor a escória da região.

Em meados da década de 60, após diversas passagens pela Casa de Detenção, algumas de alguns dias, outras, de alguns meses, Hiroito já era o bandido mais famoso de São Paulo.

A espetacularização de sua ira e revolta, ele atribui à imprensa amarela da época, que lhe dedicava páginas inteiras, alimentando o mito. “Não se entregará vivo”, “Reagirá até a última bala” era como os jornais costumavam relatar a caça do gato ao rato.

Em sua apoteose, mesmo com a polícia paulistana toda no seu encalço e com os jornais cobrando a sua cabeça, Hiroito se joga em uma busca por Zenaide, a companheira que o abandonara.

Ao seu lado, tem Carioquinha, uma jovem de menos de 20 anos, e Paulinho, um transviado oriundo dos pegas da rua Augusta. Juntos, os três passam dois meses rodando por São Paulo em busca de Zenaide e fugindo da polícia, alimentados por doses injetáveis de anfetamina.

Até que nosso Edward Bunker paulistano encontra sua queda.

Em seu livro, Hiroito faz uma análise de como a sociedade se relaciona com a prostituição; mostra as entranhas do submundo da capital paulista nas décadas de 60 e 70 por meio de personagens marginalizados; além de demonstrar como a degradação moral provocada pelo vício transformou o caráter dos marginais, tornando o homicídio um crime banal. O livro deve virar filme em breve.

Parte do que se sobrou da Boca do Lixo hoje serve de abrigo aos nóias da Cracolândia, o que comprova ser aquele um dos pedaços mais malditos desta cidade.

A chegada do automóvel pôs fim a hotelaria prostibular, espalhando as meretrizes pelos quatro cantos da capital. "A Boca do Lixo morrera? Não, pelo contrário, crescera assustadoramente. Hoje , ela ocupa uma área de 1.494 m2. Exatamente a área da cidade que mais cresce no mundo”, conclui Hiroito.

“Boca do Lixo” é um livro capaz de fazer o leitor pagar homenagem em frente à lápide de seu autor.

Read more...

              © Design by Emporium Digital | Daniela Milagres